sábado, 18 de dezembro de 2010

CANCRO!

Num dia tão normal como tantos outros, regressava da escola. Quando estava quase a chegar a casa encontrei na rua a neta da minha catequista.
Pergunto sempre pela Dona Elmira, tenho um carinho enorme por ela, sendo ela minha catequista à anos e a cada catequese que vou é mais uma lição de vida.
Fiquei a saber que foi diagnosticado cancro, não sei a onde, mas a verdade é que fiquei chocada, acho que o bom no meio dessa doença toda é que ela está a reagir bem aos tratamentos e mantém a sua fé intacta. Acho que a energia positiva é essencial nesse tipo de doenças.
E como era inevitável mandei-lhe um beijo e, claro as melhoras.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Saudades

Estavas tu ali, à minha frente na forma mais perfeita possível. Ao olhar para os teus olhos recordava todo o desejo que em tempos existiu.
Agora ambos estávamos mudados, seguimos caminhos completamente diferentes. Todas as memórias estavam a regressar como um pequeno sopro de vento, discreto e silencioso.
A minha cama anseia pelo teu corpo, os meus lábios chamam pelos teus.
O destino tinha voltado a juntar-nos. Depois desses anos todos a tentar suportar a tua ausência. Agora estavas tu ali, sem dúvidas de ser uma miragem.
Eras real, de carne e osso!
Agora eras meu, e eu era tua.
Estávamos destinados a ficar juntos.
Aproximaste-te de mim em pequenos passos medrosos. Agarraste-me nas mãos e beijaste-me com toda a saudade que se instalou nos nossos corações ao longo desses anos.




Esse texto é um nada. Ele já tem uns bons meses. Nunca mais voltei a escrever. E só o coloquei aqui para actualizar. Esse texto é me muito familiar a tantos outros...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Infância

Éramos pequenos reguilas, sempre juntos com um grande sorriso nos lábios em que ia de orelha a orelha. Os nossos olhos brilhavam, esperava-nos um futuro promissor. Cada passo que dávamos era de mãos dadas, para nenhum de nós cair. Mediamos menos de 1,50m, muito menos. O nosso tamanho de pé ainda não era o 36, e as nossas mãozinhas eram do tamanho de conchas. Era tudo perfeito, era... agora caímos numa espécie de armadilha, de uma passagem para o mundo real.
O meu cabelo tinha pequenos canudos, pequenos caracóis que ao saltar acompanhava-me de uma forma tão alegre. O quanto eu era feliz. E agora estou eu, sentada, à frente do computador e a reviver os momentos. A maior parte deles não se recorda de mim, se passar por um deles na rua não irei passar de uma simples estranha.
Todos mudamos, as nossas ambições, os nossos gostos, a nossa forma de pensar, tudo está alterado. E no meu coração instalou-se uma saudade enorme, na minha memória passa o rosto de cada um, de cada pequena criança que fez parte da minha infância, das minhas brincadeiras sem sentido.
Fecho os olhos, e é como se ouvisse aqueles gritos de felicidade. Aqueles pequenos pés a baterem no chão naquelas correrias, com aquela energia que sabe-se lá de onde vem. O ar batia-nos na cara de forma diferente, éramos livres. Pequenas crianças livres. Com o coração puro, sem preocupações.
Talvez um dia volte a sentir toda essa alegria, talvez.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Levo-te comigo

Sentei-me à sombra da árvore que em tempos era nossa, o nosso refúgio. No meu colo pousei o álbum de fotografias.
Estava frio, as folhas no chão corriam contra o vento, a árvore dançava, e o som daquela bela coreografia transformava-se numa intensa melodia.
Abri cuidadosamente o álbum. Fotografias, inúmeras fotografias ali guardadas, cobertas pelo pó. Esquecidas pelo tempo. Os meus olhos encheram-se de lágrimas. Todos os retratos ali presentes demonstravam o quanto fomos felizes, o quanto fomos unidos. Apesar de teres sido levado involuntariamente, eu sei que permaneci no teu coração até ao teu último minuto de vida.
Os meus cabelos grisalhos voavam, e as minhas lágrimas continuavam a deslizar pela minha face. Sentia uma sensação de não ter aproveitado todos os momentos que a vida nos proporcionou, sentia que ainda tínhamos muito mais para viver. Foste o único homem que amei, o único que eu permiti que explorasse todos os cantos do meu corpo. E agora estavas tu ali deitado num caixão, derrotado por um cancro, com uma pele pálida e gelada, num sono profundo.
Encostei uma das muitas fotografias ao meu peito e fechei os olhos. A tua imagem veio ao meu encontro, todos as rugas do teu rosto ainda estavam marcadas ao de leve. Nesse mesmo momento deu-se uma forte corrente de ar em que o teu cheiro acompanhava-a. Um turbilhão de sentimentos apoderou-se de mim, o quanto eu queria que estivesses comigo, o quanto eu queria acordar desse pesadelo.
A dor que sentia no meu peito era tão violenta, que me agredia até o meu coração ficar em carne viva. Não conseguia lutar contra a saudade, não conseguia lutar contra mim própria, contra a lei da vida.

Cancro, mas que raio de doença! Logo a ti meu Santiago. Tu que sempre foste marido e pai exemplar foste tirado do mundo de uma forma tão injusta.
Não conseguia continuar a viver sem a tua presença, sem ti ao meu lado não.

***

Passado algum tempo de baixo da árvore, senti um toque suave no ombro, assustei-me. Virei-me para trás à espera de encontrar alguém, por muito surreal que pareça não estava lá ninguém. Sorri, sorri por saber que não estava só, que ias acompanhar-me sempre e que estarias ao meu lado a apoiar-me. Cheguei à conclusão que nem a morte era o suficiente para me separar de ti. Com amor eterno.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Momentos


Ensinaste-me a voar, ensinaste-me a acreditar no impossível. Depois de todo esse tempo sem te ver, sem poder tocar nos teus lábios, olhar-te nos olhos, senti-me como um pequeno pássaro a querer voar. Esse pássaro até podia ser livre, se tivesse asas. Mas por ironia do destino elas foram esmagadas pela multidão que passava.
Com pequenas palavras, com pequenas juras de amor, fizeste-me crer que iríamos permanecer juntos para todo o sempre. Agora que estou só, sinto-me frustrada por ver que conseguiste seguir com a tua vida. E eu...eu sinto que fiquei congelada no passado. Ainda a relembrar tudo o que foi bom, tudo o que era do mais perfeito que podia haver.
Sinto-me uma inválida. Foi tudo uma ilusão, uma pequena miragem vista no deserto. Não vale a pena dizer o quanto eu queria que estivesses o meu lado. Imaginei o meu futuro contigo, o nosso futuro. Agora já nem capacidade de imaginar o quer que seja eu tenho.
Por muito que tente sinto-me bloqueada. As lágrimas escorrem-me do rosto. O quanto me dói ver que fui esquecida. O quanto me dói saber que já não faço parte a tua vida. Agora o que me resta são recordações vindas do nada, que vagueiam pela minha mente sem destino. Sem um caminho a seguir.
Depois de te ter visto hoje senti que estavas bem contigo mesmo, que estavas feliz. E eu olhava-te atentamente para perceber até que ponto saí da tua vida. Percebi que eu incomodava-te, não por ter sido mais uma das tuas aventuras. Mas por estar condenada a amar-te.
Todos aqueles textos que fiz,, todas aquelas frases que estavam ali escritas referiam-se a ti, apenas a ti. Será que nunca percebeste?! E se sim, ignoraste. Passas à frente como sempre fizeste. Não entendes o quanto estou magoada?
A certa altura imaginei-me contigo, passado vinte anos, acordar e ver-te ali, bem perto de mim. Essa imagem ainda mantém-se na minha cabeça. Eras tudo aquilo que sempre desejei ter, eras tudo aquilo que sempre pedi para mim.
Mas parece que não passou apenas de simples e curtos momentos. Não te posso desejar mal, porque no entanto eu consegui provar o sabor do céu ao teu lado.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

É a minha vez

Chorei em segredo, chorei porque partiste, porque saíste da minha vida sem uma explicação, sem um aviso. Tinha planos para nós, tinha ambições e projectos em que sonhava construí-los contigo, só nós os dois. Queria ter tentado evitar todo esse sofrimento, queria ter tentado evitar essa dor que me consumia a todo o tempo, a toda a hora, a todo o momento.
Ao acordar olhava para o lado da cama em que em tempos eras tu quem ocupava, e que agora as recordações eram quem estavam ali deitadas ao meu lado de costas viradas. Durante quatro meses esperei por ti, esperei que entrasses por aquela porta e pedisses perdão por tudo o que fizeste e o que ficou por fazer, e mais uma vez te perdoaria, esquecendo toda a mágoa que causaste durante a tua ausência. Mas essa visão ficou por ser realizada, e toda a expectativa e consideração que tinha por ti abandonaram-me da forma mais dolorosa que há.
Com o passar do tempo fui-me tornando numa mulher forte e independente, numa mulher que nem eu conhecia. Passado meses as memórias que tinha de ti foram partindo e os planos para o me futuro foram surgindo. Não tencionava ser mais a tua prisioneira, a tua escrava, tinha acabado o tempo de silêncio, o tempo de tortura. Era a minha vez de gritar, de falar, era a minha vez de dar voz ao meu sofrimento.
Olhei-me ao espelho, e pela primeira vez gostei do que vi, reflectia a pessoa que sempre quis ser. Mostrava uma personagem madura, lutadora e feliz, os meus olhos brilhavam com uma alegria contagiante.
Foi naquele mesmo momento em que esqueci o passado e caminhei para a direcção do futuro, sem medo do que me esperava, do que me podia acontecer. Fosse o que fosse, acontecesse, o que acontecesse não me ia rebaixar mais, se caísse e se me ferisse, era com essas feridas que aprenderia.
Acabou o teu reinado, agora chegou a minha altura. Até mais nunca. Não te desejo mal porque no final das contas fizeste-me feliz, embora não tenha durado. As coisas boas têm sempre o seu fim, mesmo que nos custe a despedirmos delas.

sábado, 19 de junho de 2010

Pensamentos Icógnitos

Ouvi a música que compuseste para mim pela décima vez. O som do piano era suave e tranquilizador.
Quando me apercebi estava com o rosto molhado, as lágrimas corriam pela minha face. Estava a chorar por razões desconhecidas...Talvez até soubesse o porquê de estar naquele estado. Um estado desgastante. Apenas a causa estivesse oculta durante esse período de tempo.
Olhei para as minhas mãos, estavam a tremer. O coração batia depressa, com uma velocidade fora do normal. Ouvi mais uma vez a tal música, aos poucos fui-me acalmando. Percebi finalmente o que se passou para me comportar de tal forma. Precisava de ti, sentia a tua falta, do teu tacto, do teu olhar profundo. Todas essas palavras para apenas admitir que necessito de ti para me sentir segura. Já não ouvia a tua voz há algum tempo, uma voz doce e acolhedora.

Olhei para o relógio, já era tarde. Desliguei aquela bela melodia que saía da minha aparelhagem. Tentei tirar-te do meu pensamento.
Ele é perfeito demais para mim. Ele é tudo aquilo que é impossível. – pensei eu, tentando convencer-me a desistir mais uma vez, falhar um objectivo que tinha na vida.
Cheguei à conclusão que não iria virar as costas ao destino. Que tenho eu a perder? Mesmo que me magoe só tenho a ganhar. Irei ser melhor para a próxima, irei ser mais forte.


Admito, esse não é um dos meus melhores textos :x

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sentimento eterno

Agarraste-me a mão, olhaste-me nos olhos e prometeste-me que ficaríamos juntos para a eternidade. Ambos sabíamos que nada é para sempre. Que esse sentimento forte irá apagar-se aos poucos como uma vela que "morre" lentamente.
Mas nada disso me importava na altura, não queria pensar no futuro, não queria imaginar o que nos esperava. Apenas importava viver o "agora", viver o presente.
Ao teu lado sentia-me segura, amada, tinha a noção que era alguém para ti.
Não podia imaginar a vida sem alguém como tu, respirar não fazia sentido. O que será de mim se algum dia esse amor dito eterno acabar?
-Olha-me nos olhos e diz que me amas. - disse ele. Olhei-o timidamente, os meus olhos percorreram a sua face e pararam nos seus grandes e belos olhos azuis, a timidez impediu-me de falar, queria dizer-lhe o que sentia, mas a vergonha impedia-me de pronunciar qualquer palavra. Sorri para ele e acabei por dizer:
-Amo-te, e esse sentimento cada vez mais apodera-se de mim, torna-se indestrutível. - admiti, em seguida corei, baixei o rosto. Pensei para mim mesma que não o devia ter dito.
Ele colocou a minha cara nas suas mãos e sorriu-me, beijando-me a testa. Aquele gesto provava toda a ternura, todo o carinho, todo o desejo que sentíamos um pelo outro.
Tudo o que nos rodeava parou, nada havia, apenas um casal apaixonado.
Os seu braços enrolados sob o meu corpo dava uma forte sensação de protecção.
Amá-lo era um erro, mas preferia cometê-lo e sofrer as consequências, sei que não me irei arrepender, apenas irei lamentar-me pela felicidade ter acabado, por ter durado tão pouco tempo.
Olhavas-me fixamente, e eu apenas pensava que a perfeição estava ali na forma humana.



Passaram-se anos, os nossos destinos desencontraram-se, foram por caminhos diferentes, olho para o passado e sinto que nada foi um mito, que nada foi esquecido.
Hoje continuo a amá-lo, mesmo sabendo que a vida não nos permite a ficarmos juntos.
Ainda ao passar na rua desejo encontrá-lo, recordar os tempos em que fomos felizes.
Até um dia. Com eterna saudade.

(Sei que esse texto não é um dos melhores, mas sinceramente nesses últimos tempos não tenho conseguido escrever nada...)

quinta-feira, 18 de março de 2010

O Fim de um Começo

Olhava-te no meio da escuridão, por entre a multidão que passava. Tentava chegar até a ti. Queria alcançar-te. Queria dar-te a mão e ter a certeza que a dor tinha chegado ao fim. Precisava de me sentir segura. Ao olhar para os teus olhos recordei-me de tudo, do que fomos. Fomos felizes apesar de tudo!

Não me deixes aqui só, agora não. Preciso de ti! Agora que estamos juntos fica comigo. Não me largues, peço-te. Prometeste-me que íamos ficar juntos para "sempre".

Ao pensar naquelas palavras, nos olhos notavm-se as lágrimas. Não podia acabar assim.

As coisas boas têm sempre um fim.

Tentei mentalizar-me, conformar-me. A culpa foi minha...eu deixei-me levar, levar-me por esse sentimento ridículo conhecido por amor. Deixei-me levar pela voz do coração. Queria expressar a minha mágoa, a revolta que estava dentro de mim. Abandonaste-me, disseste que me amavas. Nem tiveste coragem para me olhar olhos nos olhos. Com os teus grandes e belos olhos azuis, por momentos lembrei-me das ondas do mar. A balançarem de forma rebelde, sem regras...Queria ser como elas. Queria partir e regressar quando e como eu quisesse, da mesma forma que o fizeste.
Sorri, pois lembrei-me que nem tudo foi mau. Lembrei-me que tivemos os dois um sentimento em comum , fomos felizes, juntos.
Ainda tentaram acalmar-me, dizendo que regressavas. Que nem tudo tem o seu final infeliz.

Não me mintam! Sei que fui deixada para trás. Fui esquecida!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Presa no tempo

Custou-me, mas tomei a minha decisão…Eras a única pessoa que não esperava essa tal desilusão. Amei-te como nunca.
Dei-te um voto de confiança, na esperança que mudasses. Mas não, cada dia tu afastavas-te. Eu apenas tentava arranjar desculpas para esse abandono.
Ao dizeres “Amo-te” A minha fúria diminuía, mas a mágoa lá ficava.
Desejei a morte, já não a desejava desde que apareceste na minha vida.
Gostava que ao passares por mim reparasses que estou lá, que caminho ao teu lado.
Passaste e nem me olhaste. Não sou invisível, sei que não! Naquele momento senti vontade de me esconder.
Fiquei ali parada, paralisada diria…
Olha para mim – desejei eu.
O tempo passava, e eu ali especada…nos olhos notavam-se as lágrimas.
Sê forte, não chores. Ele não te merece. – pensava eu, sabia que não iriam ser aquelas palavras que me iam acalmar.
Chorei…não fiquei aliviada, admito. Não gostava de me sentir fraca. Ao ler a tua carta relembrei-me de tudo antes, da nossa amizade.
Porquê? Porque tivemos de mudar? Como eu queria que o tempo voltasse atrás.
Como eu gritava no meu interior para tu regressares…
Nunca te esquecerei…

sábado, 23 de janeiro de 2010

Mudança

Parecia ser tudo tão perfeito…tudo tão eterno. Mas percebi que nada é para sempre. O passado fica para trás das costas. O teu sorriso, o teu olhar, o teu cheiro, o teu ar doce. Não podemos voltar a ser o que o tempo levou. Nada foi esquecido, nada se apagou das nossas memórias. Ainda lembro-me do sentido da vida. Ainda oiço as tuas palavras na minha memória. Ainda estão presentes como a dor que lido no dia-a-dia. Sim, eu sei parece estúpido. Mas apenas chama-se desespero. Nunca o sentiste? Então não és humano. Nada acontece por acaso. Com os erros aprendi…aprendi a calcular todos os meus passos, aprendia ser quem sou. Tornei-me forte, coisa que tu nunca foste. Fui capaz de passar por cima…e tu? Que fizeste? Ignoraste-me! Sabes como me senti? Sem chão, sem horizonte, sem objectivos a seguir na vida.
Voltei a esconder-me de mim mesma, voltei a ter vergonha de me olhar ao espelho…voltei a sentir que era um caso perdido…
Não te culpo, culpo-me apenas a mim, por ter sido tão ingénua.
Mas ainda me pergunto se te lembras de “nós”. Eu…eu lembro-me. As gargalhadas ficaram-me gravadas. A despedida…foi dolorosa, mas se assim não fosse ,não restaria muito de mim hoje. Pensei que o mundo tivesse desmoronado em cima de mim…mas não apenas foi o começo de uma nova vida, de uma nova identidade. Chorava à noite, quando no quarto o silêncio reinava. Chorava baixinho, com medo de ser descoberta. Esperei por ti, ainda com esperanças que voltasses. Com esperanças de poder voltar a correr para os teus braços, e gritar pelo teu nome. Percebi que a tua decisão estava tomada, nada fazia-te mudar de ideias. Limpei as minhas lágrimas, ergui a cabeça e acabei por sorrir…Mudei…não por ti, mas por mim. Não podia estar presa a ti. Até um dia.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Manhã de Inverno

Há quem me compare com as piores coisas do mundo da Natureza.
Naquela manhã fria, andava à tua procura. Queria ver-te, não sei o porquê, Mas era uma questão de vida ou de morte. Sabia que estava a exagerar. Naquele momento apenas eras tu quem me coordenava.
Apetecia-me chorar. Que estupidez!
“-Joana, não sejas criança.”- disse eu baixinho para mim.
Porquê? Não podia ser outra pessoa?
“-Oh santa ignorância.”
Olhei à minha volta, estava a chover, por incrível que parecesse a chuva era suave, caía lentamente. Batia na calçada como música de embalar.
Ali estavas tu, a dar-me a mão, acompanhavas-me naquela melodia tão intensa, tão perfeita e única.
Quando deste-me a mão, foi como se dois mundos tão diferentes se unissem.
Estaria a sonhar? Ou apenas seria a realidade, pura e crua? Uma imagem tão nítida.
Queria que o tempo parasse, ficássemos ali para a eternidade.
“-Obrigada.”- agradeci-te, impulsivamente sorri.