quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Um dia...

   Um dia, não muito longe deste, as palavras já não terão o mesmo valor. A mesma inocência. Um dia, não muito longe deste já não seremos os mesmos. A rotina irá instalar-se nas nossas vidas e tomará conta de nós. Não passaremos de dois desconhecidos a circular pela mesma casa, a partilhar os mesmos lugares. Desconhecidos que um dia amaram-se  e juraram a eternidade. Não passarão de memórias agridoces, talvez.
   Ambos cometemos erros, mas que mesmo sabendo que não era o correcto, no fim...a sensação foi boa. Que nos deixa aquele rasto de felicidade. Apenas um rasto. Assim como o rasto de um perfume suave.
Um dia, não muito longe deste, tudo chegará ao  limite. 
   Um dia, não muito longe deste, passaremos um pelo outro na rua e seremos dois estranhos. Dois estranhos que aparentemente nunca tiveram nada em comum. Dois estranhos que nunca se amaram, que nunca fizeram juras de amor eterno. E este dia não estará muito longe deste...haverá um dia que as palavras já não bastarão. Que iremos querer recorrer aos actos. E só depois pensaremos nas suas consequências dos nossos gestos.
   E até a esse dia nós teremos as memórias para nos agarrarmos.
   Eternamente tua.