sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O Tempo


        O Tempo é um mendigo arrogante e amargo. As longas barbas e o cabelo grisalho revelam a sua severa idade. Olhos grandes e negros que sugam anos de vida de cada prisioneiro seu, de cada escravo. O Tempo não teve muitos momentos felizes ao longo da sua existência. Não teve amigos que o fizessem rir e muito menos teve longas noites ao luar a refletir. O seu corpo magro e esguio são prova do seu pouco e fraco consumismo.
      Há a lenda que dita que o Tempo cura tudo. Não. O Tempo apenas deixa o pó assentar na mobília do lar ao longo da vida. Um dia teremos de limpar o lar para se tornar novamente habitável. Teremos de abrir novamente as janelas e deixar o ar puro entrar. No fim de tudo, não foi o Tempo que curou a dor lamentável, pois Ele não cura nenhum sofrimento…apenas mascara a dor.  

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Um dia...

   Um dia, não muito longe deste, as palavras já não terão o mesmo valor. A mesma inocência. Um dia, não muito longe deste já não seremos os mesmos. A rotina irá instalar-se nas nossas vidas e tomará conta de nós. Não passaremos de dois desconhecidos a circular pela mesma casa, a partilhar os mesmos lugares. Desconhecidos que um dia amaram-se  e juraram a eternidade. Não passarão de memórias agridoces, talvez.
   Ambos cometemos erros, mas que mesmo sabendo que não era o correcto, no fim...a sensação foi boa. Que nos deixa aquele rasto de felicidade. Apenas um rasto. Assim como o rasto de um perfume suave.
Um dia, não muito longe deste, tudo chegará ao  limite. 
   Um dia, não muito longe deste, passaremos um pelo outro na rua e seremos dois estranhos. Dois estranhos que aparentemente nunca tiveram nada em comum. Dois estranhos que nunca se amaram, que nunca fizeram juras de amor eterno. E este dia não estará muito longe deste...haverá um dia que as palavras já não bastarão. Que iremos querer recorrer aos actos. E só depois pensaremos nas suas consequências dos nossos gestos.
   E até a esse dia nós teremos as memórias para nos agarrarmos.
   Eternamente tua.

terça-feira, 13 de março de 2012

Actos e palavras

E quanto mais tento esquecer-te mais me lembro de ti. Mais me lembro do teu sorriso, do teu perfume e dos nossos beijos demorados. Abano a cabeça na expectativa da tua imagem abandonar-me a mente. Que saudades. Que saudades daquilo que vivemos e, de tudo aquilo que ainda estava para vir.

Que aperto me vai na alma. Que saudade tão vasta para uma esperança tão minúscula. As tuas palavras, todas as tuas promessas que não passaram para actos. Não passaram da tua boca. Que cobardia!

Tento ocupar o meu tempo com coisas inúteis. Não quero que recordações antigas me assaltem novamente os pensamentos. Não quero ficar presa a uma nostalgia sem fim, num labirinto que não tem saída. E deixo de acreditar em tudo, em todos e em mim.

Quero um comando para a minha mão e repetir a cena do beijo vezes sem fim, imaginando que somos nós os protagonistas do filme. Talvez até sejamos, mas num outro tempo, num passado distante e, num futuro em que tu já não me pertences mais.

Quero sorrir e, no meu olhar não quero mais a tua sombra. Quero escutar o vento, o mar e tudo o que a vida tem para me dar, sem ouvir o teu sussurro. Quero viver e não tentar sobreviver cada dia que passa. Não te esquecerei, apenas ficarás guardado no meu coração, num canto acolhedor. E prometo, prometo que sempre que sentir a tua falta, lembrar-me-ei de ti com todo o carinho.

(não sei se gosto desse texto. mas gostei de escrevê-lo)

domingo, 25 de setembro de 2011

Esperança

A viagem foi longa e dolorosa, parecia que não tinha fim. Tinham acabado de discutir, como é óbvio. Durante a viagem, chorei silenciosamente com medo que me ouvissem. Penso que apesar de não ter feito barulho eles sabiam que eu chorava, que não estava bem. Nunca me esquecerei daquela sensação. Como se um grande buraco se tivesse aberto no meu peito e, nem o tempo conseguiria cicatrizá-lo. Um sentimento de solidão, de abandono até mesmo de impotência.



Hoje, estão divorciados. Que poderia eu fazer, sendo eu uma criança naquela altura? Mesmo sabendo que não poderia ter feito nada, ainda me culpo. No inicio, chorava antes de dormir e em todas aquelas lágrimas acabava por adormecer. Foram tempos difíceis, débeis. Mas foram esses tempos que me tornaram na mulher que sou hoje. Talvez se não tivesse passado por tudo aquilo, teria cometido sérios erros. Em tudo o que há de mau, penso que há sempre algo de bom, mesmo sendo a dor quase insuportável (assim pensamos nós).

Hoje ainda juntamos do chão alguns dos cacos que ficaram por apanhar. Tenho a esperança que um dia isso mude. Tenho fé.


(Não é dos melhores)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Algo inexplicável



Estiveste ao meu lado em tudo! Desde as coisas boas às coisas más. És como um foco de luz que me guia, que apesar de todos os meus erros está sempre lá. Não te conheço desde sempre nem nada do género, mas tornaste-te num ser insubstituível na minha vida! Tens aquela forma de entender as pessoas sem as julgar.
As nossas tardes são um máximo. Fazes-me chorar de rir até doer-me a barriga e não conseguir respirar. Fazes-me desejar para que o dia não acabe, apenas para estar ali. Tenho saudades do nosso oitavo ano. Tenho saudades de tudo o que já foi, mas também tenho grandes expectativas para o futuro.
Gosto do teu riso louco, dos teus gritos de alegria e até mesmo de todas aquelas vezes que me fazes passar uma vergonha. Gosto de ti assim mesmo! Gosto de ti, Cristiana Patrícia Pinto Teixeira. Quero estar contigo sempre. E quando digo sempre, refiro-me até mesmo na velhice.





Essa música tem um significado, não é por nada que aqui está xD

terça-feira, 12 de abril de 2011

Nunca imaginei que depois da tua partida me sentisse assim. Me sentisse a morrer mesmo estando saudável. Uma morte dolorosa, fria. Ligo-te vezes sem conta só para ouvir a tua voz meiga, abro a boca ligeiramente mas não sai voz. Quero fechar os olhos e ao abri-los ver-te ao meu lado. Ver que tudo não passou de um grande e horrível pesadelo. Não posso deixar-te ir assim! Não posso. A falta que me fazes, a falta de sentir as tuas mãos nas minhas, de sentir os teus lábios, de olhar-te nos olhos e sentir que o mundo parou. Que as horas ficaram suspensas e tudo o resto ficou em STOP num simples click. A nossa história nunca foi perfeita, mas já deixei de acreditar que a perfeição existe. Sem ti os dias tornaram-se longos, à noite não consigo dormir e durante o dia sinto-me só mesmo estando rodeada de centenas de pessoas. Não quero ficar sozinha, não quero sentir mais essa sensação sufocante. Quero ter-te presente comigo nesse momento. Eu quero-te!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Eternamente tua


Sinto a tua falta, sei que sabes isso. Partiste para um novo mundo. Estavas a sofrer e a doença matava-te lentamente de uma forma dolorosa. Agora que já não estás comigo sofro. É uma perda enorme, significativa. Espero que quando eu partir estejas lá para me receber.
Deixo as rosas na tua campa, fecho os olhos e choro. O vento soprou com força, as folhas do chão acompanhavam aquela imensa melodia e as árvores dançavam. Não peço que voltes, se o fizesse seria de uma injustiça tremenda e de um grande egoísmo.
Não nego que sinto a tua falta, não nego que sinto falta daquelas manhãs a dois, passadas na nossa cama. Agora estou viúva, tenho trinta anos e já estou vestida de preto para demonstrar o meu luto. Nunca amarei tanto um homem como te amei, nunca meu amor.
Num mundo enorme, repleto de pessoas, sinto-me só. No meu peito forma-se um buraco enorme a que se dá nome de saudade. Há milhares de pessoas no mundo, mas tudo resume-se a uma, resume-se a ti.
Não me arrependo de nada, não me arrependo do que quer que te tenha dito, ou do que ficou por dizer, porque no fundo sempre soubeste o que sentia e o que era dito sem o coração.
Espero estar contigo brevemente, com amor eterno.

(Este texto pode não ser dos melhores, ou talvez seja demasiado dramático. Mas que importa? Voltei a escrever!:D)