quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Um dia...

   Um dia, não muito longe deste, as palavras já não terão o mesmo valor. A mesma inocência. Um dia, não muito longe deste já não seremos os mesmos. A rotina irá instalar-se nas nossas vidas e tomará conta de nós. Não passaremos de dois desconhecidos a circular pela mesma casa, a partilhar os mesmos lugares. Desconhecidos que um dia amaram-se  e juraram a eternidade. Não passarão de memórias agridoces, talvez.
   Ambos cometemos erros, mas que mesmo sabendo que não era o correcto, no fim...a sensação foi boa. Que nos deixa aquele rasto de felicidade. Apenas um rasto. Assim como o rasto de um perfume suave.
Um dia, não muito longe deste, tudo chegará ao  limite. 
   Um dia, não muito longe deste, passaremos um pelo outro na rua e seremos dois estranhos. Dois estranhos que aparentemente nunca tiveram nada em comum. Dois estranhos que nunca se amaram, que nunca fizeram juras de amor eterno. E este dia não estará muito longe deste...haverá um dia que as palavras já não bastarão. Que iremos querer recorrer aos actos. E só depois pensaremos nas suas consequências dos nossos gestos.
   E até a esse dia nós teremos as memórias para nos agarrarmos.
   Eternamente tua.

terça-feira, 13 de março de 2012

Actos e palavras

E quanto mais tento esquecer-te mais me lembro de ti. Mais me lembro do teu sorriso, do teu perfume e dos nossos beijos demorados. Abano a cabeça na expectativa da tua imagem abandonar-me a mente. Que saudades. Que saudades daquilo que vivemos e, de tudo aquilo que ainda estava para vir.

Que aperto me vai na alma. Que saudade tão vasta para uma esperança tão minúscula. As tuas palavras, todas as tuas promessas que não passaram para actos. Não passaram da tua boca. Que cobardia!

Tento ocupar o meu tempo com coisas inúteis. Não quero que recordações antigas me assaltem novamente os pensamentos. Não quero ficar presa a uma nostalgia sem fim, num labirinto que não tem saída. E deixo de acreditar em tudo, em todos e em mim.

Quero um comando para a minha mão e repetir a cena do beijo vezes sem fim, imaginando que somos nós os protagonistas do filme. Talvez até sejamos, mas num outro tempo, num passado distante e, num futuro em que tu já não me pertences mais.

Quero sorrir e, no meu olhar não quero mais a tua sombra. Quero escutar o vento, o mar e tudo o que a vida tem para me dar, sem ouvir o teu sussurro. Quero viver e não tentar sobreviver cada dia que passa. Não te esquecerei, apenas ficarás guardado no meu coração, num canto acolhedor. E prometo, prometo que sempre que sentir a tua falta, lembrar-me-ei de ti com todo o carinho.

(não sei se gosto desse texto. mas gostei de escrevê-lo)